Muitos são os filmes de guerra relatando histórias inspiradas em
eventos verídicos dos campos de batalha. Mas nem mesmo diretores
tarimbados como Steven Spielberg ou Peter Jackson talvez pudessem
melhorar os eventos da Operação Castigo. Os 70 anos de uma das mais
arrojadas campanhas aéreas da história marcam também uma oportunidade de
um mergulho na história militar britânica.
No imaginário popular, a operação ficou conhecida como ‘’Dambusters’’
(destruidores de represas, em tradução livre). Em termos simples, foi
justamente o que o esquadrão 617 da Força Aérea Real, a RAF, fez nos
ataques de 16 e 17 de maio de 1943. Porém, além do talento e da coragem
dos pilotos, as ações também mostraram a genialidade da engenharia
britânica diante do desafio de causar transtornos para as tropas de
Hitler em seu próprio quintal.
A missão dos ‘’Dambusters’’ era destruir represas no Vale do Ruhr, o
coração industrial da Alemanha desde o século 19. Além de fornecer
energia elétrica e água limpa para a siderúrgicas produzindo o aço tão
fundamental para a máquina de guerra nazista, as represas representavam
estavam em volta de fábricas e plantações. Num momento em que as
batalhas no front europeu da Segunda Guerra Mundial eram ferozes,
qualquer distração para o inimigo era benvinda.
dambusters
O problema era que os alemães sabiam da importância das represas, que
contavam com um esquema de proteção envolvendo até redes anti-foguete.
Foi aí que entrou a genialidade da equipe do cientista Barnes Wallis:
seu time criou uma bomba saltitante – mais especificamente um artefato
em formato cilíndrico que, largado de um avião, quicaria nos lagos das
represas e passaria pelas redes para atingir os diques.
Na prática, porém, os pilotos da RAF precisariam voar uma missão
suicida em meio as fileiras inimigas e ainda se preocupar com ângulos
ideais de aproximação dos alvos. Mas apesar da perda de 8 dos 19
bombardeiros Lancaster que participaram da Operação Castigo e na morte
de 53 tripulantes, os britânicos conseguiram causar danos em duas
represas. Infelizmente, isso também resultou na morte de 1600 pessoas,
incluindo civis e prisioneiros de guerra, nas inundações resultantes.
Os ‘’Dambusters’’ foram uma excelente arma de propaganda e ofensiva
diplomática para o Reino Unido. Junto ao público, houve a constatação de
que a máquina alemã era vulnerável. No teatro dos líderes, o premiê
Winston Churchill ganhou moral num momento em que americanos e russos
cobravam mais eficácia dos esforços britânicos. Em termos táticos, a
operação provocou tumulto suficiente para evitar que os generais de
Hitler movessem mais equipamento e pessoal para a frente de batalha com
os soviéticos, dando aos aliados da Europa Oriental chance de reunir
mais forças resistir aos avanços.
A incrível façanha dos pilotos da RAF e dos engenheiros britânicos
virou o filme ‘’Dambusters’’, de 1955. Curiosamente, Peter Jackson está à
frente de um possível projeto de remake, ainda sem data de lançamento.
Uma série de eventos comemorativos vem ocorrendo no Reino Unido. Para os
mais empolgados com história militar, o Museu da Força Aérea, em Londres,
tem arquivos geniais sobre a operação, incluindo um raro exemplar do
bombardeiro Lancaster. O museu fica a uma carta da estação de metrô de
Colindale (Linha Northern).
fonte:Yahoo
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